Walks in the rain

Esta semana, andei por aí de sorriso nos lábios e cheia de vontades no coração, feita menina que sou, a passaritar pela calçada portuguesa. Levei comigo um pacote extra-large de saudades e regressei com um ainda maior, repleto de conforto, confiança, cumplicidade, segurança, coragem, serenidade e muito, muito amor. Acho que me deixei perder por lá, no lugar onde as ruas cheiram a felicidade e se encontram, ao virar de cada esquina, os braços de quem quer e sabe amar como eu sei. Há quem diga que quando utilizamos a palavra casa não só deveríamos fazer referência a um local, como a um estado de espírito e eu sinto que esta semana não saí de casa, nem por um minuto. Sabe bem andar por aí, a inspirar a magia de passaritar pela calçada portuguesa, na melhor companhia do mundo. É como regressar a casa ao fim de muito tempo, com a sensação de, afinal, nunca ter chegado a saír.

Os amigos não se fazem, reconhecem-se, disse o poeta que escreveu "e de repente, não mais que de repente..." de repente, tudo pode acontecer, basta um instante, as pessoas cruzam-se por acaso para nunca mais se separarem, e é então que percebemos que nada é por acaso, que afinal estar naquele sítio àquela hora era apenas a forma de nos aproximarmos e ficarmos mais ricos, mais cheios, melhores.