Do sabor da eternidade

Há coisas que nunca mudam, que nunca irão mudar. Há coisas de uma inocência irresistível. Coisas que nos fazem andar perdidos em melodias e mundos de cores, sabores e aromas secretos. Coisas simples, as mais simples, as mais pequenas. Há coisas (ou momentos) que permanecem para sempre iguais a si mesmas, numa fidelidade rara. E são essas coisas que nos enchem o coração, nos forram a alma de sonhos e nos pintam sorrisos impossíveis de esconder do resto do mundo. Sabe bem, sabe tão bem sentir que há coisas eternas, mesmo que durem uma fracção de segundo... Há coisas que sabem a desejos, que nos tiram o sono e nos fazem dançar até não sentir o próprio corpo a rodopiar. Há coisas que nos dão asas e nos contagiam com uma tranquilidade nunca antes imaginada. Há coisas que nos enchem a vida de céus azuis e a memória de recordações felizes. Coisas que nos transformam em astronautas e nos levam até à lua a qualquer hora do dia. Há coisas assim, que nos dão vontade de sair por aí a cantarolar com os cabelos a esvoaçar ao vento. São coisas que nunca mudam - que nos ficam na pele, à flor da pele, gravadas naquilo que somos - coisas que nunca irão mudar.